Durante aquela manhã, Jaden nunca mais avistou Thomas. Nem por detrás de um poste ou de uma parede a observá-lo de longe, nem estático num banco de jardim do pátio. A conversa que tivera com ele deixara-o ainda mais ansioso de estar na sua companhia, e falar com alguém que realmente o percebesse. Embora a frieza com que Thomas reagira ao assunto da ‘Sala de Museu’, Jaden continuava a sentir que era a única pessoa que o compreendia.
Durante as aulas, apenas conseguia olhar para a janela e mergulhar nos seus próprios pensamentos de uma forma inimaginável, enquanto gatafunhava no seu caderno. Mas durante os intervalos, Jaden não pôde deixar de reparar na agitação em que a multidão de estudantes se encontrava, principalmente as raparigas. Via-as maioritariamente agrupadas e a olhar em redor com risinhos histéricos e eufóricos. Porém, havia certas que se encontravam sozinhas, e que apenas liam um panfleto e coravam rapidamente ao abri-lo.
- Charlotte! Quem é que vais levar? – Jaden conseguiu ouvir uma rapariga distintamente histérica chamar a sua amiga, empunhando um panfleto.
- Acho que é individual! Não há pares… - respondeu a amiga, dando pequenos pulinhos de alegria.
Atónito com toda aquela exaltação, dirigiu-se para a biblioteca e sentou-se numa mesa, apoiando a cabeça numa das mãos. O único sítio que parecia sossegado naquela universidade era a biblioteca, que naquele momento se encontrava praticamente vazia. Mas quando teve a iniciativa de se levantar e ir buscar um livro a uma estante, para justificar a sua ida à bibliotecária, que já lhe olhava com uma expressão de poucos amigos, é que um grupo enorme de caloiras que trajavam batinas de graduação irrompeu da porta de entrada, e começaram aos risinhos quando viram Jaden, o que lhe incomodara imenso.
Atirou pesadamente o livro na mesa, e voltou a sentar-se. Folheou-o, embora não estivesse a ler nem uma palavra, e, de súbito, ouviu uma voz aguda e acriançada.
- Caramba! O que é que se passa com as miúdas? – indagou Nathan, revoltado, sentando-se preguiçosamente na cadeira à sua frente.
- Sei lá… - respondeu Jaden, não tirando os olhos do seu livro.
Ouviu-se um pequeno gaguejar, seguido de uma pequena tosse, Nathan preparava-se para lhe dizer qualquer coisa, embora Jaden não conseguisse adivinhar o quê. Mas fosse o que fosse, não podia ser bom.
- Olha, preciso de falar contigo.
Jaden levantou os olhos do livro que estava a consultar e viu um rapaz sardento olhar-lhe ansiosamente. O seu cabelo ruivo despenteado e flamejante a titubear ligeiramente.
- Diz lá…
- Olha, não acho nada boa ideia falares com aquele rapaz estranho! – elucidou Nathan, cruzando os braços sobre o peito teimosamente.
- Outra vez essa história?!
Jaden encostou-se na cadeira, a cara a assumir uma expressão rígida que não condizia nada consigo.
- Ele é mesmo muito estranho e… eu vi-te a falar com ele lá no pátio e…
- O que é que tu tens a ver com isso? – interrompeu Jaden, enfurecido.
- Eu sou teu amigo e estou preocupado contigo!
- Meu, mete-te na tua vida!
Jaden atirou com o pesado livro para o tampo de madeira da mesa. O ruído ficou a ecoar pela sala, chamando a atenção da bibliotecária. A quarentona de cabelos pretos como o carvão olhou para Jaden severamente e começou a bufar sem cessar.
- Esse Thomas não é de confiança, Jaden! – sussurrou Nathan, já à beira do desespero.
- De onde é que o conheces para estares a dizer isso? – bradou Jaden, furioso.
Nathan olhou-o completamente desnorteado. Tinha descruzado os braços e estes pendiam-lhe pelo corpo. Sentia-se bastante nervoso e a cara sardenta assumira um tom escarlate bastante invulgar nele. De seguida, fez um ar de desdém e retorquiu:
- Gajos da laia dele topam-se à distância!
- Cala a boca! Tenho mais com que me preocupar do que com as tuas porcarias!
Perante aquela última frase particularmente agressiva, Nathan recuou observando o amigo um tanto apavorado. Não era razão para menos: Jaden tinha-se levantado bruscamente da cadeira onde estava sentado. Mantinha os punhos cerrados e os olhos a faiscar de tão furioso que estava.
- Jaden, eu…
- ‘Pá vai-te lixar, meu!
E dito isto, arremessou o livro para uma prateleira com colectâneas de poemas, desaparecendo de imediato por entre os imensos corredores da biblioteca.
4 comentários:
O.O
Ooooops...
Ai Nathan, fizeste porcaria >.>
Mas eu sou da opiniao do Jaden, que se deve falar com o Thomas. MUAHAHAHAHA
Bem, como sempre está perfeito, AMEI!
Continua assim! :D
Mais outra discusão dos dois!
AIAI
Bem fixe como sempre!AMEI
Espero pelo proximo!
ai agora fiquei preocupadaaa! Nathaaan Ç.Ç
Fiquei com duvidas, quem tem razao! O Nathan ou o Jaden? O Thomas aparentemente quer qualquer coisa com o Jaden, mas aquele tom com que ele lhe falou e a forma como ele viu a sua marca... meep
PROXIIIMOOOOOO
Adorei, mas só acho que o jaden foi muito injusto com o Nathan, afinal de contas ele tem razão...
Vou ler o próximo agora x)
Postar um comentário