- O quê? – a voz de Daisy do outro lado da linha parecia-se com a de uma pessoa que tinha acabado de receber a notícia mais bombástica e inesperada de sempre. Talvez fosse mesmo.
- Sim… o Nathan, pelos vistos, também vai… - Jaden encontrava-se deitado na cama, com o telefone no altifalante, enquanto olhava fixamente para o seu braço esquerdo.
- Mas eu não o convidei! Aliás, nem sequer lhe falei do combinado!
- Pois, mas seria uma grande desfeita dizer-lhe para não vir…
- Uma grande desfeita é tê-lo de atrelado connosco, Jaden! – agora o tom de voz de Daisy passara de surpreendido para irritado.
- Ouve… - disse Jaden, levantando-se e pegando no telemóvel, para o colocar junto do seu ouvido – Ele é um tipo fixe!
- Eu sei que ele é fixe, Jaden, mas é um pouco…
- Lunático? – sugeriu, abafando uma gargalhada.
- Eu não diria tanto… coitado. Mas ele é inoportuno! Ainda por cima quer ir ver um filme para crianças?!
- A escolha do filme é irrelevante, se ele vier connosco temos de escolher um filme que todos gostemos! Então… ele vem, ou não? É que eu tenho de ir jantar, não posso ficar a falar.
Daisy permaneceu em silêncio durante alguns longos segundos, pelo que Jaden pensou que a chamada tinha caído. Mas quando estava prestes a desencostar o telemóvel do ouvido para se certificar, a colega falou, com uma voz tremida e reticente.
- Pode ser…
- Ótimo… até amanhã! Beijinhos.
Desligou o telefone e atirou-o para meio dos cobertores espessos da sua cama, encaminhando-se para a cozinha, onde já tinha os seus pais à sua espera há imenso tempo. Por instantes pensou no que Thomas lhe dissera. Estaria aquele rapaz realmente bem? Afinal, a pancada tinha foi forte, pode ter sofrido lesões graves, pensou para com os seus botões. E quando deu por si, estava outra vez no pátio a ver o rapaz encostado à parede, rodeado de pessoas a tentarem reanimá-lo. Mas abandonou rapidamente os seus pensamentos, face às expressões desconfiadas dos seus pais, e às trocas de olhares que estes fizeram quando o chamaram.
- Está tudo bem, Jey? – perguntou o seu pai, intrigado.
- Sim está… tudo ótimo!
- Tens a certeza? – perguntou, por sua vez, a mãe, de olhos arregalados, baixando o copo de sumo de laranja que entretanto estava a beber.
- Sim, mãe! Está tudo bem…
A noite achava-se mais gélida e escura do que alguma vez estivera. O negrume que cobria o palácio de Melih Kibar encontrava-se mais denso, desenhando arabescos que trepavam pelas torres altas e sinuosas que se erguiam em direção ao céu tempestuoso. Uma trovoada vermelha eclodiu, ao longe, embora o som se ouvisse tão claramente como se estivesse mesmo ali, junto dos prisioneiros que caminhavam hesitantemente em direção ao palácio.
No interior, o cenário era quase idêntico. A escuridão reinava tão majestosamente como a mulher que se encontrava sentada no seu trono colossal. Batia com os seus longos dedos brancos contra o braço do trono enquanto olhava em frente, vendo um dos prisioneiros chegar.
- Majestade! É hora do interrogatório! – disse educadamente um servo, que rapidamente se curvou diante da esbelta figura que se acabava de levantar.
Não disse nem uma palavra, e desceu do pedestal, olhando para um homem com cabelo grisalho, denotando uma expressão cansada e, de certo modo, resignada. Esboçou um sorriso quase agradável, os seus olhos vermelhos da cor do sangue a brilharem à luz do luar que transpunha as janelas.
- Tomámos conhecimento – começou Radiah a falar, a sua voz determinada perfurava a escuridão daquele salão, sobressaltando todos os presentes – que um dos… da vossa raça atravessou o portal, para o Mundo Paralelo.
Aquelas últimas palavras inquietaram bruscamente os servos que se encontravam a observar o interrogatório por cima do ombro.
Agachou-se diante do prisioneiro, cujo peito arfava tão convulsivamente que o coração quase lhe saia pela boca.
- Tu sabes de alguma coisa?
- Não… - respondeu, com uma voz trémula e quase inaudível.
Um grito ecoou por todo o salão, e um jato de luz irrompeu da mão de Radiah, que atingiu o homem, fazendo-o curvar-se de dor.
- NÃO! Por favor! – e outro grito entoou sonoramente.
- MENTIROSO! – a voz de Radiah intensificou-se, fazendo os seus servos também curvarem-se, receando olhá-la nos olhos, tal era a sua ira. – Eu sei que ele foi à procura do Traham Suryah!
- Mas eu não sei de nada! Por favor! – o homem emitiu outro esgar de dor, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face suja de sangue incrustado.
- Então já não serás muito útil! – o seu tom de voz diminuiu novamente, mudando agora para um quase afável e melífluo. – Matem-no!
- NÃO! NÃOOOOOO!
A mulher virou-lhe costas e encaminhou-se para o seu trono, observando um servo a dirigir-se até ao prisioneiro, e a trespassar-lhe a barriga com uma espada coberta de chamas. Agora já não se ouviam gritos, mas sim um som de quem sofria em silêncio, sentindo a lâmina escaldante a mutilar-lhe o abdómen, o sangue a brotar-lhe infinitamente, sujando o chão de um líquido vermelho da cor dos olhos da mulher, que se achava agora tranquilamente instalada no seu trono, a sorrir ligeiramente enquanto observava a morte lenta e dolorosa do prisioneiro.
- Sim… o Nathan, pelos vistos, também vai… - Jaden encontrava-se deitado na cama, com o telefone no altifalante, enquanto olhava fixamente para o seu braço esquerdo.
- Mas eu não o convidei! Aliás, nem sequer lhe falei do combinado!
- Pois, mas seria uma grande desfeita dizer-lhe para não vir…
- Uma grande desfeita é tê-lo de atrelado connosco, Jaden! – agora o tom de voz de Daisy passara de surpreendido para irritado.
- Ouve… - disse Jaden, levantando-se e pegando no telemóvel, para o colocar junto do seu ouvido – Ele é um tipo fixe!
- Eu sei que ele é fixe, Jaden, mas é um pouco…
- Lunático? – sugeriu, abafando uma gargalhada.
- Eu não diria tanto… coitado. Mas ele é inoportuno! Ainda por cima quer ir ver um filme para crianças?!
- A escolha do filme é irrelevante, se ele vier connosco temos de escolher um filme que todos gostemos! Então… ele vem, ou não? É que eu tenho de ir jantar, não posso ficar a falar.
Daisy permaneceu em silêncio durante alguns longos segundos, pelo que Jaden pensou que a chamada tinha caído. Mas quando estava prestes a desencostar o telemóvel do ouvido para se certificar, a colega falou, com uma voz tremida e reticente.
- Pode ser…
- Ótimo… até amanhã! Beijinhos.
Desligou o telefone e atirou-o para meio dos cobertores espessos da sua cama, encaminhando-se para a cozinha, onde já tinha os seus pais à sua espera há imenso tempo. Por instantes pensou no que Thomas lhe dissera. Estaria aquele rapaz realmente bem? Afinal, a pancada tinha foi forte, pode ter sofrido lesões graves, pensou para com os seus botões. E quando deu por si, estava outra vez no pátio a ver o rapaz encostado à parede, rodeado de pessoas a tentarem reanimá-lo. Mas abandonou rapidamente os seus pensamentos, face às expressões desconfiadas dos seus pais, e às trocas de olhares que estes fizeram quando o chamaram.
- Está tudo bem, Jey? – perguntou o seu pai, intrigado.
- Sim está… tudo ótimo!
- Tens a certeza? – perguntou, por sua vez, a mãe, de olhos arregalados, baixando o copo de sumo de laranja que entretanto estava a beber.
- Sim, mãe! Está tudo bem…
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A noite achava-se mais gélida e escura do que alguma vez estivera. O negrume que cobria o palácio de Melih Kibar encontrava-se mais denso, desenhando arabescos que trepavam pelas torres altas e sinuosas que se erguiam em direção ao céu tempestuoso. Uma trovoada vermelha eclodiu, ao longe, embora o som se ouvisse tão claramente como se estivesse mesmo ali, junto dos prisioneiros que caminhavam hesitantemente em direção ao palácio.
No interior, o cenário era quase idêntico. A escuridão reinava tão majestosamente como a mulher que se encontrava sentada no seu trono colossal. Batia com os seus longos dedos brancos contra o braço do trono enquanto olhava em frente, vendo um dos prisioneiros chegar.
- Majestade! É hora do interrogatório! – disse educadamente um servo, que rapidamente se curvou diante da esbelta figura que se acabava de levantar.
Não disse nem uma palavra, e desceu do pedestal, olhando para um homem com cabelo grisalho, denotando uma expressão cansada e, de certo modo, resignada. Esboçou um sorriso quase agradável, os seus olhos vermelhos da cor do sangue a brilharem à luz do luar que transpunha as janelas.
- Tomámos conhecimento – começou Radiah a falar, a sua voz determinada perfurava a escuridão daquele salão, sobressaltando todos os presentes – que um dos… da vossa raça atravessou o portal, para o Mundo Paralelo.
Aquelas últimas palavras inquietaram bruscamente os servos que se encontravam a observar o interrogatório por cima do ombro.
Agachou-se diante do prisioneiro, cujo peito arfava tão convulsivamente que o coração quase lhe saia pela boca.
- Tu sabes de alguma coisa?
- Não… - respondeu, com uma voz trémula e quase inaudível.
Um grito ecoou por todo o salão, e um jato de luz irrompeu da mão de Radiah, que atingiu o homem, fazendo-o curvar-se de dor.
- NÃO! Por favor! – e outro grito entoou sonoramente.
- MENTIROSO! – a voz de Radiah intensificou-se, fazendo os seus servos também curvarem-se, receando olhá-la nos olhos, tal era a sua ira. – Eu sei que ele foi à procura do Traham Suryah!
- Mas eu não sei de nada! Por favor! – o homem emitiu outro esgar de dor, as lágrimas a escorrerem-lhe pela face suja de sangue incrustado.
- Então já não serás muito útil! – o seu tom de voz diminuiu novamente, mudando agora para um quase afável e melífluo. – Matem-no!
- NÃO! NÃOOOOOO!
A mulher virou-lhe costas e encaminhou-se para o seu trono, observando um servo a dirigir-se até ao prisioneiro, e a trespassar-lhe a barriga com uma espada coberta de chamas. Agora já não se ouviam gritos, mas sim um som de quem sofria em silêncio, sentindo a lâmina escaldante a mutilar-lhe o abdómen, o sangue a brotar-lhe infinitamente, sujando o chão de um líquido vermelho da cor dos olhos da mulher, que se achava agora tranquilamente instalada no seu trono, a sorrir ligeiramente enquanto observava a morte lenta e dolorosa do prisioneiro.
4 comentários:
CABRA CABRA CABRA! Que gaja odiosa! HAAA! *macumba* -.- ODEIO-A!
E a Daisy gosta do Jey, a Daisy gosta do Jey! *festinha infantil*
YAYAYYYA!
Amei o episódio! :D Como sempre >.>
x)
Fogo ela e mesmo maquiavelica... O coitado do servo que não tinha onde cair morto foi logo morrer dessa maneira...
Por outro lado fico ansioso de saber o filme que eles vão ver :D
MOMGOMOGMOMGOMGOM ESTOU APAIXONADA! She's a bad girl, yeeeeesssssssssssss omgomgmgommgogm porque e que eu gosto sempre das mas? xD Mas tenho pena do senhor tenho...
*Junta-se ao Desi na festinha infantil* A daisy gosta do Jey, a daisy gosta do jay!!!
amo amo amo AMO!!!
Foi um momento triste este final mas adorei! Adoro este momento porque conseguimos ver as descriçoes, ou seja, estou a querer dizer-te que adorei este momento porque a tua descrição do momento foi de uma forma bela! E adorei! Notei que tambem evoluis-te nisto! :D
O início tambem ta maravilhoso! Completamente natural o que nos faz recordar o nosso dia a dia! Quero mesmo ler e ler mais desta série!
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